«Oficina da Saúde: A academia que sempre busca a qualidade de vida promovendo o bem estar físico e mental de seus clientes!«

22 de agosto de 2012

5 táticas para um supercoração

As evoluções da ciência mais importantes para ajudar seu sangue a fluir como nunca!
 
Ano novo. O verão bomba. A vida também. Em janeiro, impera o clima de curtição – você quer sair mais, namorar mais, festejar mais, certo? Este também é o mês em que você esbanja vontade para emplacar melhorias no trabalho, no relacionamento, na rotina. Para fazê-las reais, já e ao longo de 2012, ter boa saúde é condição indispensável. Você precisa estar com o coração forte. Por isso, tratamos de garimpar, e aqui expor, as estratégias cada vez mais certeiras que a ciência vem traçando tanto para evitar problemas como parar tratar um coração já capenga. Infarto, insuficiência coronariana, arritmia cardíaca (leia mais sobre ela na reportagem seguinte)… “Falamos das principais causas de morte entre homens, principalmente a partir dos 35 anos e com índices elevados também por volta dos 60”, diz Mário Maranhão, médico, professor de cardiologia da Universidade Federal do Paraná (Ufpr) e consultor da MH. Pesquisas aperfeiçoaram o que já se sabia sobre isso. Confira os cinco pontos-chave dessa evolução para turbinar sua saúde cardiovascular e aproveitar ao máximo este verão, o ano inteiro e todos os próximos.
 
1. Sua matemática
 
Ponto de partida: mensure o risco

Nos últimos cem anos, cientistas buscaram prever a ocorrência de doenças cardíacas usando certos números. O chamado Escore de Framinghan, por exemplo, é um algoritmo que leva em conta idade, pressão sanguínea, colesterol e outros fatores que provocam, ou agravam, problemas no coração.
 
Some a regra moderna: amplie a equação

O Framinghan não considera histórico familiar, estilo de vida e índice de massa corporal (IMC). Segundo pesquisa no periódico britânico BMC Medicine, cerca de um terço das panes cardíacas acontece com pessoas consideradas de baixo risco por modelos comuns de previsão. “Framinghan é ferramente extra: não substitui dados familiares, exame clínico e avaliação isolada ou combinada de outros fatores de risco – tabagismo, sedentarismo”, diz Maranhão. Tenha hábitos saudáveis e faça check-ups todo ano. “Verifique pressão (para ver o funcionamento dos vasos sanguíneos), colesterol (o tipo LDL pode entupir artérias), triglicérides (gorduras que prejudicam artérias), glicemia (taxa de açúcar no sangue)”, recomenda. “Quem tem problemas em tais índices, ou histórico de doença cardíaca, deve fazer check-up a cada seis meses.”

 
2. Sua malhação
 
Ponto de partida: treinos intervalados

Natação, corrida… Esportes aeróbicos são ótimos ao coração. Ainda mais com momentos de alta intensidade (você atinge 90% ou mais da sua frequência cardíaca máxima) intercalados com períodos de repouso (passivo ou ativo): isso aumenta, com o tempo, a eficiência do seu coração. Após fazer esses treinos intervalados, os participantes de um estudo publicado no International Journal of Sports Medicine melhoraram a força de contração cardíaca que impulsiona o sangue em 23%; e o volume máximo de oxigênio no pulmão (VO2 máximo), ou seja, o fôlego, em 17%. “Alguém com VO2 máximo alto tende a possuir menor risco de desenvolver doenças metabólicas e cardíacas”, diz Conrad Earnest, diretor de biologia do exercício do Centro Pennington de Pesquisa Biomédica (EUA). Exemplos de treino intervalado: nadar tiros de 100 metros e descansar 30 segundos entre eles; alternar um minuto de corrida na potência máxima com um minuto de trote.

 
Some a regra moderna: levante peso

Conquiste benefícios cardíacos adicionais pondo um programa de resistência junto da rotina aeróbica. Segundo estudo no Journal of Strength and Conditioning Research (EUA), o levantamento de peso pode melhorar o fluxo sanguíneo nas extremidades do corpo, o que reduz a carga de trabalho do coração. Na musculação, aposte no treino em circuito (fazer uma série de cada exercício em sequência sem pausas – você descansa um pouco após completar um ou mais circuitos desse), alternando grupos musculares. “Com uma atividade muscular quase contínua, você eleva a frequência cardíaca e agrega vantagens ao coração”, afirma José Kawazoe Lazzoli, cardiologista de Petrópolis (RJ) e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE). Mais: aumentar seus músculos auxilia a diminuir o colesterol e o peso – massa magra em repouso gasta mais energia que gordura em repouso.
 
3. Seu estado de espírito
 
Ponto de partida: despache o estresse

O emprego que faz você trabalhar 60 horas por semana pode mandá-lo para o topo da carreira – e também ao pronto-socorro. Segundo artigo no jornal internacional Stress, pesquisadores mediram o nível do hormônio do estresse, o cortisol, em amostras de cabelo de 56 homens já hospitalizados por ataques do coração e de 56 homens hospitalizados por outros motivos. Resultado: as vítimas de pane cardíaca tinham o nível de cortisol um terço maior. “Tensões emocionais ainda elevam a adrenalina e a noradrenalina (hormônios também ligados ao estresse), favorecendo a contração das artérias e a formação de coágulos sanguíneos”, afirma Mário Maranhão, consultor da MH. Se você anda estressado demais, considere engatar mudanças na vida. Para começar: “Tire férias de verdade, passe um tempo sem ler e-mails e invista em seus hobbies preferidos”, sugere Daniel Magnoni, cardiologista e nutrólogo do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo.

 
Some a regra moderna: lime tristeza também

Pesquisadores da Universidade Washington (EUA) concluíram que ficar deprimido aumenta o risco de problemas no coração mais que a genética favorável a eles. “A depressão eleva de duas a quatro vezes a chance de ter um ataque cardíaco”, afirma Maranhão. Fazer esporte e sair com os brothers ajuda você a se livrar de uma depressão leve. Se ela for pesada, procure um terapeuta para ajudá-lo.

 
4. Seu cardápio
 
Ponto de partida: coma fibras

Aveia, cevada e psílio também ajudam a reduzir o nível do colesterol ruim (LDL). Cevada e aveia contêm betaglucanas, fibras solúveis que evitam que o LDL seja absorvido e vá para o sangue. O psílio, encontrado em cereais e suplementos, faz o organismo excretar mais ácido biliar – e o LDL é convertido nesse fluido digestivo.

 
Some a regra moderna: beba tomate

Pessoas que beberam um copo e meio de suco de tomate e comeram duas colheres (sopa) de ketchup por dia, durante três semanas, reduziram os níveis de LDL em cerca 8,5%, segundo pesquisa no British Journal of Nutrition. Mas se ligue: escolha ketchups e sucos de tomate com baixo teor de sal, pois o sódio pode elevar a pressão sanguínea.

 
5. Sua medicação
 
Ponto de partida: Faça exame de sangue

A prescrição de comprimidos de estatina é padrão para reduzir colesterol. Em pessoas com risco de doenças cardíacas, eles podem diminuir a chance de ataque do coração em até 30%, segundo o British Medical Journal. Para decidir se o paciente deve usar as pílulas, muitos médicos pedem o exame de sangue que mede a proteína C reativa ultrassensível: o organismo fabrica mais dela quando há inflamação, que é causada pelo acúmulo de placas nas artérias – e o colesterol pode ser o culpado disso. “Hoje, doenças crônicas – como as do coração – são consideradas doenças inflamatórias”, explica Maranhão. Portanto, esse exame de sangue também deve constar no seu check-up.

 
Some a regra moderna: confirme na tomografia

O colesterol, no entanto, nem sempre é a única razão da inflamação. Artrite ou sinusite, por exemplo, também podem causá-la no interior do corpo. Se você tem níveis elevados de LDL e de proteína C reativa ultrassensível, cogite com seu médico fazer uma tomografia computadorizada. O exame permite ver, em detalhes, se o acúmulo de placas nas artérias é de fato o problema – e se a prescrição de estatinas é mesmo necessária.
 
O que seu peito está dizendo*

Quando ele emite estes alertas, é melhor ir ao pronto-socorro

 
Dor aguda

É no centro do peito e às vezes se irradia à mandíbula e aos membros superiores. Pode indicar infarto ou pericardite, inflamação da capa protetora do coração.
 
Aperto intermitente

Sensação de pressão no peito que vai e volta e piora com esforço físico. Pode ser angina – bloqueio moderado nas artérias que levam sangue ao coração.

 
Aperto súbito e intenso

Difere do anterior por ser muito mais forte – e, por vezes, vir junto a suor excessivo e náusea. Pode significar a manifestação inicial de uma doença coronária e caracterizar um infarto. Ou uma doença da aorta, refluxo, gastrite e esofagite.
 
 

A intervenção do Profissional de Educação Física na SAÚDE!

“Por causa da chuva, pensei que alguns deles não fossem vir. Mas eles estão sempre me surpreendendo...”, conta Prof. Kátia.
 
Atenciosa, a profissional anda entre os equipamentos, orientando um a um: “Seu Orlando, quanto tempo tem aí?”, pergunta a um paciente na esteira. “Seu Carlos, relaxa os ombros. Olha a postura!”, recomenda a outro, que está trabalhando com pesos. O tempo todo é verificada a pressão e a frequência cardíaca de cada um. Além disso, os dados são registrados pela equipe chefiada pelo médico Dr. José Antonio Caldas, antes, durante e depois dos exercícios físicos.
 
“Aqui me sinto muito bem. A Kátia é uma pessoa que está sempre conosco, mostrando qual o melhor caminho e nos incentivando bastante”, relata o aposentado Fernando Nunes, de 69 anos, que precisou fazer uma cirurgia de ponte de safena há três anos.
 
O exemplo acima é apenas um dos milhares existentes das intervenções dos Profissionais de Educação Física que atuam em hospitais, clínicas, postos de saúde e outros espaços do gênero.
 
No caso da reabilitação cardíaca em particular, segundo o Dr. Caldas, ela pode ser dividida em três fases: a fase 1, a mais aguda, é quando o paciente encontra-se em uma UTI, quarto ou enfermaria. Neste caso, além de outros profissionais de saúde, um dos papéis principais na reabilitação é do fisioterapeuta. Já a fase 2, ou seja, quando o paciente tem alta e é encaminhado a um centro especializado de recondicionamento, tanto o fisioterapeuta quanto o Profissional de Educação Física atuam cada um na sua respectiva área de competência.
 
“Nesta etapa o indivíduo vai restaurar as suas funções para que possa chegar à fase 3, que é a de manutenção, onde, basicamente, o trabalho deve ser realizado pelo Profissional de Educação Física”, explica.
 
“Saúde é toda a integração de uma equipe interdisciplinar, onde um tem que trabalhar junto com o outro. O meu conhecimento me dá capacidade para estar neste setor e ser respeitada como tal. O Profissional de Educação Física é um agente de saúde em primeiro lugar”, afirma Prof. Kátia, que trabalha há mais de 10 anos no Hospital Antonio Pedro.
 
No Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, também não é diferente. A professora e doutora em Educação Física e fisiologista da Unidade de Reabilitação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício do hospital, Dra. Maria Urbana Rondon (CREF 019281-G/SP), é um dos dez Profissionais de Educação Física que atuam no setor. Para ela, hoje não se tem dúvidas sobre o papel que o exercício físico desempenha na prevenção de doenças e promoção da saúde.
 
“Quando se fala em exercícios físicos, o Profissional de Educação Física é o profissional habilitado para trabalhar com os pacientes”, afirma Dra. Maria Urbana, que, atualmente, também é orientadora do curso de pós-graduação em Ciências (área de Cardiologia) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). “A partir do momento em que a gente pode mostrar, com base científica, os benefícios dos exercícios físicos para os pacientes, você passa a ter respaldo para isso”, conclui.
 
Educação Física nas UBSs
 
Ainda em São Paulo, conforme noticiou a Revista do CREF4/SP, na edição de fevereiro deste ano, até pouco tempo as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou os “postos de saúde”, como são conhecidos, ofereciam às comunidades apenas atendimento médico e distribuição de remédios e vacinas. Somente em 2006, com a aprovação da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), foi aberta a possibilidade de atuação do Profissional de Educação Física nas UBSs.
 
O município de Guarulhos, localizado na Região Metropolitana de São Paulo, foi um dos que passaram a contar com a intervenção destes profissionais. Um deles é o Prof. Claudemir da Cunha Lima (CREF 054124-G/SP), que atua em quatro unidades e procura sempre mensurar os serviços através de uma planilha de atendimento, onde são registrados os grupos atendidos.
 
“Um dos focos é planejar e executar aulas de Educação Física para hipertensos e diabéticos (com atestado médico e com a pressão e a glicemia compensadas), além de orientar, por meio de palestras, na prevenção destas doenças”, afirma.
 
Embora o profissional tenha liberdade para criar seu projeto e linha de atuação, tudo é pensado de forma a complementar as outras áreas e atuar em conjunto com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais e psicólogos.
 
“É fundamental que o profissional tenha a consciência de até onde pode ir ou não. É muito importante esse respeito multiprofissional”, destaca Dra. Maria Urbana. 

O médico Dr. José Antonio Caldas também concorda:
 
“Quanto mais multidisciplinar (a equipe), melhor. Um centro de reabilitação cardíaca, por exemplo, deve congregar diferentes profissionais com o objetivo de otimizar o tratamento do paciente”.
 
Atividade física para pacientes oncológicos
 
Quando falamos em saúde, é preciso ter a noção de que há um campo vasto de atuação para todos os profissionais da área, sejam eles psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, médicos ou Profissionais de Educação Física. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), “saúde é o estado mental de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”.
 
É evidente, como foi dito anteriormente, que existem fases em que o trabalho de um profissional exercerá maior importância do que de outro. Isso, é claro, precisa e deve ser respeitado. No entanto, independentemente da patologia, é mais do que provada que a atuação do Profissional de Educação Física na saúde é tão importante quanto a dos demais atores.
 
“O paciente com câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, dentre outras, em um determinado período, pode estar precisando de cirurgia, transfusão de sangue, tratamento para dor, fisioterapia etc. Quando tudo isso acabar, a vida dele tende a voltar ao normal. Logo, este paciente precisa, como todo mundo, praticar atividade física. E quem vai tratar dele? Quem vai ser o responsável pela orientação dele? O Profissional de Educação Física”, afirma a fisioterapeuta Dra. Silvia Bacellar, que atende pacientes com câncer e doenças vasculares. (confira uma entrevista com a fisioterapeuta na página 12 desta edição) 

Contudo, defende ela, é importante que este profissional busque conhecer ou se especializar na área em que pretende atuar.
 
“O Profissional de Educação Física tem que estar apto a receber o paciente. Ele tem que saber tratar uma disfunção de joelho pós-operatória? Não! Da mesma forma, o fisioterapeuta não tem que fazer um trabalho de ganho de massa muscular naquele joelho. Isso é trabalho do Profissional de Educação Física!”, explica.
 
A Profissional de Educação Física Jani Cleria (CREF 005948-G/RJ) também atua com pacientes com câncer. Durante um ano, realizou um trabalho de tese de doutorado no Hospital Mário Kröeff, instituição carioca que trabalha com tratamento e prevenção de câncer. Ela conta que, no início, mais de 50 pacientes participaram de um programa de atividades físicas. O trabalho era personalizado: após uma entrevista e análise, era montado um programa para o paciente. A partir daí, tudo era monitorado para a coleta de dados, que, por sua vez, eram lançados em uma planilha. Os resultados eram sempre positivos.
 
“Existe uma fadiga pertinente à doença e ao tratamento de quimio ou radioterapia, que é a ‘fadiga oncológica’. Ela permanece cerca de até dez anos após o paciente ter terminado o tratamento. Ou seja, ele conclui e continua com essa fadiga. E a única coisa que elimina isso é o exercício físico”.
 
Segundo a Dra. Jani, a atuação do Profissional de Educação Física vem quebrando paradigmas nos últimos anos. Mas, é claro, isso só é possível através de resultados e mensurações.
 
“Sempre se acreditou que ‘doente tem que fazer repouso, pois senão o medicamento não funciona’. É exatamente o contrário: quanto mais repouso o paciente faz, mais debilitado ele fica. O metabolismo celular dele fica mais lento e, com isso, a recepção ao tratamento por medicamentos é mais devagar. Se ele pratica exercícios físicos, é diferente”.
 
A Profissional de Educação Física alerta também para outros tipos de pacientes dentro dos hospitais e que precisam de atividades físicas tanto quanto os doentes: os profissionais de saúde.
 
“Em um hospital, os pacientes se agarram muito aos profissionais de saúde, e eles acabam carregando tudo isso para casa. Por isso, a atuação do Profissional de Educação Física dentro do ambiente hospitalar é muito importante não só para os pacientes, mas também para a saúde dos próprios colaboradores”, defende a Profissional, ressaltando a necessidade de que todos participem de um programa de atividades físicas e percebam a importância de uma vida mais ativa.
 
A Educação Física no Ministério da Saúde
 
Na última edição da Revista EF (No 35), informamos que o Ministério da Saúde possui um grupo de colaboradores, composto por diversos profissionais de saúde, que atuam no Departamento de HIV/AIDS. Neste grupo, o Sistema CONFEF/CREFs está representado por cinco Profissionais de Educação Física, que realizam análises sobre a atividade física e exercícios físicos para Pessoas Vivendo com HIV e AIDS (PVHA).
 
O Prof. Alexandre Lazzarotto (CREF 002537-G/RS) é um deles. Com mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano pela Esef-UFRGS, o profissional coordena e integra equipes de pesquisa em HIV/AIDS no Brasil e na África, tanto na parte de treinamento físico, quanto na prevenção à infecção pelo HIV em diferentes populações.
 
“O meu trabalho se concentra na área de doenças crônicas e treinamento físico, se destacando, dentre elas, a AIDS. Atuo no campo de Saúde Pública, na avaliação, prescrição e monitoramento de treinamento físico para pacientes, e como docente e supervisor de estágio em hospitais, unidades básicas de saúde e centro saúde-escola”, conta o profissional.
 
Especializada em Reabilitação Cardíaca e Atividade Física para Grupos Especiais pela FMU-SP, e Fisiologia e Cinesiologia Aplicada à Saúde pela Gama Filho-RJ, a Prof. Cristina Calegaro (CREF 000030-G/DF), que também é integrante do grupo, trabalha com reabilitação cardiopulmonar, atuando na avaliação, prescrição e monitoramento de treinamento físico para pacientes desta área.
 
Segundo ela, o papel do Profissional de Educação Física neste tipo de tratamento vem ganhando importância expressiva nos últimos anos.
 
“A doença arterial coronariana (DAC) é multifatorial, que exige a participação de diversos profissionais de saúde. Dentre os componentes da equipe deve-se destacar a grande relevância do papel do Profissional de Educação Física, ao qual é conferido um extenso e vasto campo de conhecimento sobre a elaboração de programas de treinamento, fisiologia do exercício, tipos de atividades físicas, seus componentes preventivos etc.”, defende a Prof. Calegaro, que ressaltou a importância dos cursos de especialização, mestrado e doutorado para atuar nesta área da saúde.
 
Também fazendo parte do GT Exercícios e HIV do Ministério da Saúde, o Prof. Giovanni Nardin (CREF 010303-G/RS) é pesquisador do Laboratório de Fisiopatologia do Exercício (Lafiex) do Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital das Clínicas de Porto Alegre-RS. Segundo o Prof. Giovanni, para atuar neste campo, treinamento e conhecimentos aprofundados são fundamentais.
 
“A atuação do Profissional de Educação Física com PVHA e com outros indivíduos portadores de outras doenças crônicas infecciosas requer treinamento e conhecimento específico”, ressaltou o pesquisador, que se mostrou otimista quanto à importância do Profissional de Educação Física. “Tenho observado, através da significativa produção científica de qualidade no campo da Fisiopatologia do Exercício, que a atuação do Profissional de Educação Física tem avançado, cada vez mais, na área da saúde com um papel importante no âmbito da prevenção e, até mesmo, no tratamento”.
 
Por uma melhor formação
 
Em um ponto, todos concordam: para atuar em espaços em que o usuário dos serviços do Profissional de Educação Física é um paciente, é preciso possuir conhecimento da patologia com a qual se pretende trabalhar. No caso de um paciente oncológico, por exemplo, não é preciso conhecer profundamente tudo sobre a doença, mas é fundamental saber o que pode acontecer com um indivíduo que passou por uma quimioterapia, por exemplo, ao praticar atividade física.
 
“Não é fundamental entender a fundo sobre os medicamentos, doenças etc., mas saber com que tipo de paciente você está lidando, quais os efeitos que aquele medicamento pode acarretar numa prática de atividade física”, afirma a Prof. Jani, que, na qualidade de professora da disciplina “Educação Física Hospitalar”, da Universidade Unigranrio (RJ), se demonstrou preocupada com a formação dos profissionais nos cursos de graduação. “As universidades não preparam o alunos para atuar com este tipo de paciente. Acredito que na graduação deveriam existir mais disciplinas que enfoquem esta área”.
 
Certamente, essa distorção vem sendo corrigida nos cursos de bacharelados.

“Os currículos devem contemplar disciplinas como Bioética, Fisiopatologia de Doenças Crônicas e Saúde Pública, e as instituições de ensino superior precisam promover debates sobre a atuação do Profissional de Educação Física na doença e, principalmente, no Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma o Prof. Alexandre Lazzarotto.
 
É visível que há um espaço enorme a ser preenchido pelos Profissionais de Educação Física em hospitais, clínicas, postos de saúde etc. Em algumas instituições, isso já ocorre há anos. Em outras, ainda não. Por isso, a enorme necessidade de se preparar melhor e mostrar, com muito trabalho, a importância das nossas intervenções para a melhoria da qualidade de vida nestes espaços.
 
“O mercado está aberto e crescendo. Precisamos trabalhar com este tipo de segmento. Os grandes hospitais trabalham com o Profissional de Educação Física. Isso já é um consenso mundial!”, conclui a Prof. Kátia Dias.
 

20 de agosto de 2012

II Campeonato de Perda de Peso Oficina da Saúde

Objetivo: Incentivar os alunos a atingir suas metas em relação ao peso.
Selecionados: Os alunos são todos aqueles cujo objetivo é perder peso.
Participantes: Todos aqueles que aceitaram o desafio.
 
Participação: Gratuita;
                      e há a realização de um bolão cuja inscrição é 10 reais. Ao final quem perder mais peso (%) leva todo o dinheiro arrecadado.
Período/Duração: 30 dias.
Início: 20 de agosto de 2012.               Término: 19 de setembro de 2012.
 
Premiação: Os três primeiros colocados que mais perde primeiros colocados.rem peso (%).
Divulgação dos resultados: 24 e 25 de setembro de 2012.
Entrega dos prêmios: 24 e 25 de setembro de 2012.
Regras:
1)     Os participantes nos respectivos dias (20/08 e 21/08/12) deverão pesar-se para o início do campeonato;
1.1) A pesagem se dará na balança da própria academia, acompanhada por um dos professores antes do início do treino;
1.2) Os participantes deverão comparecer com trajes leves como camiseta, calção ou calça, lycra, entre outros.
1.2.1) Caso venha com roupas pesadas, o participante vai se pesar em uma data posterior.
2)     Não há proibição em relação à dieta, visto que, não podemos controlar o que nossos alunos ingerem em seus lares, todavia, caso venham a optar por esse caminho que façam de forma consciente, ou seja, procurem um (a) profissional na área de nutrição;
2.1) O emagrecimento tem que ocorrer de forma saudável.
2.2) Lembrem-se: Musculação e Dieta personalizada por profissionais da área melhor impossível.
3)     Durante a realização do campeonato os professores não informarão os participantes como estão os concorrentes;
4)     Não há restrição a quantidades de treinos semanais ou mensal;
5)     Não há restrição em relação à idade, gênero, estatura e tempo de academia;
6)     A pesagem final se dará nos dias (18 e 19/08) de 2012;
7)     Os resultados serão expostos na academia e publicados no blog da mesma (www.oficinadasaudeacademia.blogspot.com) nos dias 24 e 25 de setembro de 2012.
8)     A entrega dos prêmios será nos dias 24 e 25 de setembro de 2012, ou posteriormente, caso algum vencedor não compareça em seu horário de aula;


Atenciosamente Oficina da Saúde.

15 de agosto de 2012

Musculação

Avaliação, acompanhamento rigoroso, esteróides anabólicos devem ser preocupações constantes para o Profissional que pretende se adequar ao mercado.

A Musculação desenvolve a capacidade músculo esquelética (portanto, é uma atividade física anaeróbica), a partir de exercícios contra a resistência ou exercícios em sala de aula.

Os benefícios da Musculação podem ser sentidos em diversos grupos da sociedade. Para os idosos é uma atividade profilática visando a uma melhor qualidade de vida e mais dignidade. No caso dos cardíacos a Musculação é uma atividade preventiva e de recuperação, já que não sobrecarrega o músculo aeróbico. Até para os diabéticos e os hiper-tensos a Musculação pode levar benefícios, podendo ser realizada sob orientação médica.

Prazer ou sacrifício?

Um dos mais conceituados profissionais da área e autor de diversos livros de Musculação e Hidroginástica, o Prof. Ney Pereira, Conselheiro do CREF l/RJ-ES e Coordenador de cursos de Educação Física, acredita numa nova filosofia de trabalho. Hoje começa a haver uma quebra de modelos também na Musculação. As pessoas estão buscando mais equilíbrio entre a academia e o resto das atividades de sua vida cotidiana.

Ele alerta que o ganho da massa muscular se dá com a atividade contínua, justamente o contrário do que se difunde amplamente, de que ele se daria a custa de maior sacrifício. Para o Prof. Ney Pereira, o que determina o sucesso na Musculação é a assiduidade do praticante com os exercícios. Sala de Musculação não é local para sofrimento, mas para o prazer, define.

O Prof. Ney Pereira adverte ainda, que o aumento da rotatividade das academias é um sintoma de que as pessoas não aceitam mais serem tratadas como robôs. Ele acredita que a possibilidade de obtenção de um corpo tido como perfeito deriva de alguns fatores, entre eles a carga genética do indivíduo. A busca desenfreada de um objetivo puramente estético está trazendo prejuízos à vida social e à saúde das pessoas, pondera.


Lesões por musculação


De acordo com o Prof. Ney Pereira, ninguém se machuca por executar exercícios. O que normalmente ocorre é a lesão ser ocasionada pela execução inadequada de exercícios, pelo exagero ou pela utilização de alguma técnica indevida. A maioria dos casos de lesões na Musculação ocorre por excesso de sobrecarga de trabalho, o chamado overtraining. Daí a importância de um profissional gabaritado estar acompanhando e orientando o praticante.

Proliferação de esteróides anabolizantes

O Prof. Ney Pereira observa que cada academia se organiza para atender a determinados nichos de mercado. A partir daí monta sua estrutura e o perfil de aluno que vai freqüentá-la. É muito comum vermos adolescentes e jovens até 22 anos freqüentando academias, na expectativa de obter resultados superiores aos que pode e em curto prazo. Quando os resultados não são os esperados, começa a procura por ajuda, os chamados esteróides anabolizantes.

Os anabólicos podem trazer benefícios estéticos, mas são uma espécie de maquiagem. Seus resultados fisiológicos são passageiros e só funcionam enquanto se faz uso deles e se pratica atividades físicas exaustivamente, o que cria a dependência e danosa saúde que podem levar até a morte, adverte Pereira. Ainda se observa profissionais que ensinam como ministrar e prescrevendo esteróides anabolizantes para seus alunos. São como traficantes numa sala de aula ensinando crianças a usar drogas. Nesse caso, de acordo com ele, a repressão acaba sendo um mecanismo paliativo para enfrentar o problema. Daí, a importância da presença do formador de opinião, no caso o Profissional de Educação Física, acompanhando o aluno.

Enquanto a sociedade cultuar os super-heróis e a preponderância da força bruta, o esteróide anabolizante será o ópio das pessoas inseguras, afirma. Por isso, o que deve ser repensado são os valores dessas pessoas, sentencia. Eu sei do que estou falando porque sou um ex-usuário.
 
 

MUSCULAÇÃO COMO CAMPO DE TRABALHO
 
 
Surgem novas oportunidades no horizonte dos Profissionais de Educação Física que pretendam atuar na área da Musculação. Ele lembra que a terceira idade deve chegara 19% da população brasileira nos próximos 20 anos, o que abre um campo fértil de trabalho. Mas sugere que, além da formação universitária, cursos de especialização sejam concluídos, aumentando o conhecimento específico.

O Prof. Ney Pereira acredita que para trabalhar em academia não basta ter curso de especialização, é preciso uma boa experiência profissional. Para isso, deve-se praticar Musculação até que o tempo e o estudo dêem bagagem suficiente ao profissional para ele alçar vôos mais altos nas academias. Se o profissional quiser ser melhor ainda, deve enxergar e acompanhar outros aspectos relacionados à vida e à sociedade que o cerca: política, filosofia, comunicação, gestão. Enfim, deve procurar um significado maior para o que faz, recomenda.

FISICULTURISMO
Entrevista com o Presidente da Confederação de Culturismo e Musculação, Sr. Alexandre Pagnani

ORIGEM DA MUSCULAÇÃO

Como matriz que deu origem à musculação, o fisiculturismo como é conhecido hoje, passou a ser definido como esporte em 1946, com os campeonatos de culto ao corpo esculpido. Até então, existiam os concursos de beleza física, conhecidos como Mister Universo. Hoje o culturismo é a sexta modalidade esportiva mais difundida no mundo, com 190 países onde se pratica e existem atletas, dividido em 2 I categorias, masculinas e femininas, incluindo as de master.

O Presidente da Confederação de Culturismo e Musculação, Sr. Alexandre Pagnani, calcula que 1.400 atletas brasileiros participem de competições, que acontecem no país desde 1963.

A partir de 1994, o Brasil conquistou todos os campeonatos sul-americanos de que participou e vários campeonatos ibero-americanos, títulos reconhecidos oficialmente pela União das Federações Internacionais, ligada ao Comitê Olímpico Internacional. Na categoria até 65 kg masculino, o Brasil conquistou três títulos mundiais, em 1997, 1999 e 2001.
 
 
ESTERÓIDES ANABÓLICOS: PREOCUPAÇÃO CONSTANTE
 
 
O Sr. Alexandre Pagnani admite que um dos problemas mais graves no culturismo é o consumo de esteróides anabolizantes, que atribui à falta de uma fiscalização mais eficiente. Segundo ele, um dos problemas que contribui para isso é a descentralização da Vigilância Sanitária, que não consegue conter a entrada destas drogas em portos e aeroportos. Ainda assim, ele reconhece que o número de pessoas que lança mão destes produtos diminuiu sensivelmente de alguns anos para cá: Já tivemos cerca de 90% de atletas que usavam esteróides anabolizantes. Hoje este percentual baixou bastante, para algo em torno de 25% a 30%. O Sr. Pagnani assessorou o Senador Ney Suassuna para a aprovação da Lei 9.965/2000, que estabelece o controle da venda de esteróides anabolizantes no país.

Assumiu, também, a Presidência da Associação Brasileira de Combate ao Doping, fundada em Dezembro de 2001 e que possui médicos especialistas em sua estrutura. A Associação pretende desenvolver com o governo federal e com o apoio do Sistema CONFEF/CREFs uma campanha educativa. Para isso vai lançar mão de manuais explicativos, guias informativos, cartazes educativos e até um disque-denúncia. O objetivo é ressocializar o dependente químico de esteróides anabolizantes.

DESENVOLVENDO A QUALIDADE NO SETOR

Ressaltou as boas relações entre o CONFEF e a CCM. Agora estamos no aguardo do Parecer do Conselho Federal sobre o reconhecimento dos cursos de capacitação técnica. Queremos que o CONFEF nos ajude a regular o mercado profissional e a por ordem na prtica do esporte, conclui.

 
 
ESTERÓIDES ANABOLIZANTES

Os esteróides anabolizantes, mais conhecidos como anabolizantes, são drogas relacionadas ao hormônio masculino Testosterona. Eles têm a propriedade de aumentar os músculos e por esse motivo são muito procurados por atletas ou pessoas que querem melhorar a performance e a aparência física.

O primeiro uso não-médico dos esteróides anabolizantes foi feito por soldados alemães na II Guerra Mundial, com o intuito de aumentar a agressividade. Os anos 50 marcaram o início do uso entre atletas competitivos. Mas só nos anos 70, pudemos observar um aumento progressivo do uso de EA entre atletas competitivos e o início do uso entre atletas recreativos, inclusive entre as mulheres. O ano de 1975 ficou marcado pela inclusão dos EA na lista de drogas consideradas doping pelo Comitê Olímpico Internacional, sendo o ano de 1988 um marco histórico dessa questão, pois foi quando o atleta Ben Johnson perdeu sua medalha Olímpica em Seul, devido ao uso de EA.

Os esteróides anabolizantes podem ser tomados na forma de comprimidos ou injeções e seu uso ilícito pode levar o usuário a utilizar centenas de doses a mais do que aquela recomendada pelo médico. Freqüentemente, são combinados diferentes esteróides entre si para aumentar a sua efetividade. Outra forma de uso dessas drogas é tomá-las durante 6 a 12 semanas ou mais e depois parar por várias semanas e recomeçar novamente.

No Brasil não se tem estimativa deste uso ilícito, mas sabe-se que o consumidor preferencial está entre 18 a 34 anos de idade e em geral do sexo masculino. Nos USA, em 1994, mais de um milhão de jovens já tinham feito uso de esteróides anabolizantes.

No comércio brasileiro, existem vários medicamentos à base dessas drogas que são utilizados com fins ilícitos. Porém, além desses, existem dezenas de outros produtos que entram ilegalmente no país e são vendidos em academias e farmácias. Muitas das substâncias vendidas como anabolizantes são falsificadas e acondicionadas em ampolas não esterilizadas, ou misturadas a outras drogas.

Alguns usuários chegam a utilizar produtos veterinários à base de esteróides, sobre os quais não se tem nenhuma idéia sobre os riscos do uso em humanos.

Efeitos diversos

Alguns dos principais efeitos do abuso dos esteróides anabolizantes são: tremores, acne severa, retenção de líquidos, dores nas juntas, aumento da pressão sangüínea, HDL baixo (a forma boa do colesterol), icterícia e tumores no fígado. Além desses, aqueles que se injetam ainda correm o perigo de compartilhar seringas e contaminar-se com o vírus da AIDS ou hepatite.


Outros efeitos

Além dos efeitos mencionados, outros também graves podem ocorrer:

No homem: os testículos diminuem de tamanho, a contagem de espermatozóide é reduzida, impotência, infertilidade, calvície, desenvolvimento de mamas, dificuldades ou dor para urinar e aumento da próstata.

Na mulher: crescimento de pêlos faciais, alterações ou ausências de ciclo menstrual, aumento do clitóris,voz grossa, diminuição de seios.
No adolescente: maturação esquelética prematura, puberdade acelerada levando a um crescimento raquítico.

O abuso de anabolizantes pode causar ainda uma variação de humor, incluindo agressividade e raiva incontroláveis, que podem levar a episódios violentos. Esses efeitos são associados ao número de doses semanais utilizados pelos usuários.

Usuários, freqüentemente, tornam-se clinicamente deprimidos quando param de tomar a droga. Este é um sintoma de síndrome de abstinência que pode contribuir para a dependência.

Ainda podem experimentar um ciúme patológico, extrema irritabilidade, ilusões, podendo ter uma distorção de julgamento em relação a sentimentos: invencibilidade, distração, confusão mental e esquecimentos.

Devido a todos esses efeitos, o Comit Olímpico Internacional colocou 20 esteróides anabolizantes e compostos relacionados a eles, como drogas banidas, ficando o atleta que fazer uso deles sujeito a duras penas.

Os principais esteróides anabolizantes são: oximetolona, metandriol, donazol, fluoximetil testosterona, mesterolona, metil-testosterona, sendo os mais utilizados no Brasil: a testosterona e nandrolona.

Extraído: site do CEBR/D (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas)

O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA DEVE ALERTAR SEUS CLIENTES A RESPEITO DOS CUIDADOS BÁSICOS PARA QUEM QUER PRATICAR A MUSCULAÇÃO

1) Procurar um médico para fazer uma avaliação do seu estado de saúde;
2) Escolher um local legalmente credenciado, investigando se todos os aspectos relacionados à formação profissional foram cumpridos;
Saber se os Profissionais de Educação Física foram preparados teórica e academicamente com os conhecimentos necessários para prescreverem atividades com segurança;
Observar se o Profissional acompanha todo o seu estado físico no sentido funcional, numa relação permanente com o seu aluno;
Procurar adequar as atividades que pretende praticar ao seu estilo de vida e às suas necessidades, sem abrir mão do prazer;
Mudar de local ou de Profissional caso não esteja se sentindo bem;
7) Não encarar a Musculação como um fardo a carregar, mas como algo que lhe traga a sensação de que você está cuidando da sua saúde e de que os momentos na academia estejam lhe proporcionando prazer;
8) Procurar uma academia que não esteja voltada exclusivamente para a técnica e o pragmatismo da atividade física, mas que se preocupe com vários aspectos, como a música, a luminosidade, a higiene, o ambiente e outros detalhes importantes para se sentir bem.



ENTREVISTA ESPECIAL STEVEN FLECK

Com vasta experiência na área do treinamento contra-resistência, o Dr. Fleck delineia programas de treinamento com base científica e, ao mesmo tempo, exeqüíveis na prática. Considerado o Cientista do Esporte de maior destaque em 1991, é o Professor Titular do Departamento de Ciências do Esporte do Colorado College (EUA) e já atuou junto a diversos atletas e técnicos, assim como participou do projeto da Estação Orbital Internacional, junto à NASA.

E.F.: Existe alguma novidade no treinamento de força destinado à terceira idade?

Steven Fleck: Não existe muita novidade nesta área. Cada vez mais é maior o número de experiências com esta faixa etária, pela preocupação deste grupo manter sua qualidade de vida, as funções e as atividades diárias. É cada vez mais comprovada a importância do treinamento com peso para manter a massa magra que você perde com o decorrer da vida e, principalmente, para manter e aumentar o metabolismo basal, que é um dos principais causadores do aumento do ganho de peso e ter um maior percentual de gordura. O que se tenta fazer? Na terceira idade você tem uma perda de massa magra, perda de peso em função da perda da quantidade de músculo, um aumento da gordura e uma diminuição da atividade física. Se você mantiver essa massa magra você vai se alimentar melhor e manter as suas funções diárias. Um dos problemas a enfrentar é que as pesquisas demonstram que numa comparação de treinamento de peso entre o homem e a mulher há uma dificuldade muito grande da mulher ganhar massa muscular.

E.F.: O que existe de novidade no caso de treinamento para jovens?

Steven Fleck: Não há problema algum em trabalhar com essa faixa etária. Com certeza o trabalho pode ser realizado com bastante segurança e principalmente com eficiência. Mas tem que ser supervisionado para saber a quantidade de carga adequada e a técnica de exercício apropriado.

E.F.: Em se tratando de dois momentos da vida que exigem mais atenção, um de formação e outro de manutenção, que cuidados deve ter um profissional no exercício de sua função? Steven Fleck: Com os indivíduos de terceira idade além da parte técnica é preciso ter cuidado com a escolha do equipamento, já que alguns podem ser inadequados para essa faixa de idade. No caso de um legpress numa posição horizontal, por exemplo, seria difícil a pessoa idosa levantar do equipamento. Alguns aparelhos têm um tipo de ajuste de arruela que exigem pressão de força.

E.F.: Quais diferenças existem entre o trabalho de musculação realizado nos Estados Unidos e no Brasil?

Steven Fleck: Na questão prática acredito que os profissionais brasileiros estão muito bem habilitados, sabem trabalhar. A diferença é que existem linhas de equipamentos e marcas diferentes. Mas acho que o trabalho é muito bem realizado aqui no Brasil.

E.F.: Nos Estados Unidos não existe a obrigatoriedade de regulamentação profissional como no Brasil. Qual a sua opinião sobre isso?

Steven Fleck: É importante as pessoas terem a certeza de que estão trabalhando com eficiência. Pressupõe-se que um profissional registrado é um profissional gabaritado a exercer sua função.

10 de agosto de 2012

Combate ao sedentarismo

Pesquisa do ministério da saúde revela: 14% dos adultos brasileiros são completamente sedentários. Como reverter esses dados?

Em abril deste ano, o Ministério da Saúde divulgou os resultados da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), referente a 2011. E os dados apresentados mostram um panorama particularmente desafiador para a Educação Física: 14% da população adulta brasileira – quase 18 milhões de pessoas – não pratica qualquer tipo de atividade física, seja no trabalho, no deslocamento, em trabalho doméstico ou em seu tempo livre.

Apenas esse dado já daria o que pensar, mas a própria definição de “atividade física no tempo livre”, proposta pelo Ministério da Saúde, evidencia mais um problema. De acordo com o Ministério, só é contada como atividade física no tempo livre a atividade realizada em 150 minutos semanais, se de intensidade leve ou moderada, ou em pelo menos 75 minutos semanais, se de intensidade vigorosa. Mas a pesquisa não considera a frequência semanal, o que faz com que os dados de atividade física devam ser relativizados. O pesquisador José Fernandes Filho (CREF 000066-G/RJ), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, cita como exemplo o caso, bastante comum, de homens cuja única atividade física é a partida de futebol que disputam nos finais de semana. “O grande problema é que esse estresse físico não significa uma melhora da condição física. O estresse cardíaco a que eles se submetem durante as partidas é muito alto, excede os limites de segurança e torna a prática esportiva um risco”, adverte. Ou seja: na pesquisa Vigitel, esse homem está categorizado como uma pessoa ativa, embora a atividade física a que se submete não seja propriamente segura.

Por falar em homens, na comparação entre os dois gêneros, eles levam a melhor no quesito “atividade física no tempo livre”: 39,6% dos homens disseram que praticam atividades físicas nos momentos de lazer, enquanto apenas 22,4% das mulheres responderam o mesmo. De acordo com José Fernandes Filho, a diferença pode estar relacionada à dupla jornada que as mulheres assumem em casa e no trabalho, sobrando pouco tempo para a prática de atividades físicas. “Em programas de educação para a saúde realizados por Moacyr Portes Júnior (CREF 028994-G/SP), o enfoque para esta população está na transformação da atividade diária, do cuidado da casa e dos filhos, em uma oportunidade de realização de atividade física. Se vai limpar a casa, é uma série de exercícios; se vai ao mercado ou padaria, é uma caminhada; se a pessoa carrega compras, exercícios para parte superior do corpo; subir escadas, uma série de step. Desta maneira, muitas pessoas descobrem que podem estar em um programa de atividade física regular e com resultados muito positivos”, conta.

Outro grupo propenso ao sedentarismo é a população idosa. A pesquisa apurou que, enquanto 60,1% dos homens entre os 18 e 24 anos praticam exercícios como forma de lazer, este percentual reduz para menos da metade na faixa de 65 anos ou mais (27,5%). Entre as idosas, o percentual é ainda menor: apenas 18,9% das mulheres com mais de 65 anos praticam atividades físicas em seu tempo livre. Além da falta de um espaço adequado à prática da atividade física, José Fernandes acrescenta outros aspectos que determinam o sedentarismo entre a terceira idade, como o isolamento social que os idosos enfrentam e a sensação de perda da importância social. “Programas que estabelecem a possibilidade de estar participando de um grupo social são muito efetivos para o estímulo à atividade física ao grupo idoso. Hidroginástica, dança e grupos de caminhada são excelentes situações que já existem e que apresentam resultados muito positivos para a manutenção e melhora da condição de saúde física do idoso”, sugere.
Metodologia da pesquisa

A Vigitel é uma pesquisa anual, realizada desde 2006 pelo Ministério da Saúde. Seus dados são coletados através de questionário aplicado, por telefone fixo, a uma amostragem adulta da população brasileira (é considerada adulta a pessoa com 18 anos ou mais). Para a Vigitel 2011, foram entrevistados 54.144 adultos de todo o Brasil.

14% da população adulta brasileira – quase 18 milhões de pessoas – não pratica qualquer tipo de atividade física, seja no trabalho, no deslocamento, em trabalho doméstico ou em seu tempo livre.

Ranking de capitais

A Pesquisa Vigitel definiu um ranking, entre as capitais brasileiras e o Distrito Federal, de acordo com o percentual de adultos que praticam atividades físicas em seu tempo livre. Florianópolis lidera a classificação, com 41% da sua população adulta ativa. “A liderança de Florianópolis entre as capitais brasileiras mais ativas se deve, na minha opinião, a diversos fatores. Entre eles, podemos considerar os inúmeros espaços adequados para a prática das atividades físicas e esportivas, como a Beira Mar Norte, Horto Florestal, Parque de Coqueiros e as cerca de cem praias, o que a deixa em posição de destaque na questão de espaços livres para o esporte”, avalia o presidente do CREF3/SC, Marino Tessari (CREF 000007-G/SC).

Na outra ponta está Porto Velho, capital de Rondônia, com apenas 26% de adultos engajados em alguma atividade física em seu tempo livre. “Um fator relevante é a falta de políticas públicas efetivas que incluam a prática de exercícios físicos no âmbito da melhoria da qualidade de vida em Porto Velho”, explica a presidente da Seccional Rondônia do CREF8/ AM-AC-AP-PA-RO-RR, Juscimara Campos de Oliveira (CREF 000004-G/RO).

Academias da Saúde

A principal ferramenta de combate ao sedentarismo proposta pelo Ministério da Saúde veio na forma das Academias da Saúde, programa previsto no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil. O programa determina a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de práticas corporais, atividades físicas e lazer. A meta do Ministério é construir 4 mil polos até 2014. Atualmente, há um total de 1.906 polos habilitados para construção, além de 150 academias que já existiam antes e que foram incorporadas ao programa, por estarem de acordo com as normas preconizadas pelo projeto.

A meta é priorizar a instalação das academias em espaços públicos próximos à população de baixa renda. “O desafio para nossas cidades é ter mais espaços públicos para atividade física independente do poder aquisitivo das pessoas. Os dados da pesquisa mostram que as pessoas com maior poder aquisitivo e mais tempo de estudo praticam quase o dobro de atividades físicas no período de lazer, porque, além da orientação, têm acesso a alguns espaços”, explica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “Há uma percepção grande que, principalmente no município pobre, na periferia, o problema não é a vontade da pessoa de fazer ou não [atividades físicas]; o problema é ter acesso aonde fazer e ter orientação de como fazer. Isso pode fazer uma diferença muito grande”, complementa Jarbas Pessoa, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério. De acordo com o ministro Padilha, pesquisas mostraram que só o fato de haver um local designado para a prática de exercícios físicos num determinado bairro – como é o caso das academias da saúde – aumenta a prática de atividades físicas em 30% na localidade. “É um dado que mostra a importância de termos espaços públicos cada vez mais nas regiões onde se concentra a população com mais baixa escolaridade e menor faixa de renda, que é exatamente aquela que menos faz atividade física”, conclui.

Florianópolis lidera a classificação, com 41% da sua população adulta ativa. na outra ponta está Porto velho, capital de rondônia, com apenas 26% de adultos engajados em alguma atividade física em seu tempo livre.

Vale ressaltar que apenas disponibilizar o espaço físico não é determinante para que a prática de atividades físicas se converta em benefícios reais à saúde da população. Sem a devida orientação de profissionais de Educação Física e a prescrição do exercício de forma personalizada, atendendo às necessidades individuais de cada um, a Academia da Saúde não pode atender a seu objetivo principal, que é promover a saúde.

O papel da Educação Física escolar

Para reverter a longo prazo, os dados levantados pela Vigitel, o ministro da Saúde acredita que é preciso investir na saúde das crianças e jovens, para que, no futuro, o Brasil possa contar com adultos mais saudáveis. “Temos mais pessoas entre 18 e 24 anos com excesso de peso e obesidade. Agir sobre as crianças e adolescentes hoje é fundamental para prevenir uma geração de obesos”, avalia.

Nada é mais efetivo para atingir essa meta do que investir na Educação Física Escolar, mas não será um trabalho fácil. Crianças e adolescentes são bombardeados com todo o tipo de divertimentos que estimulam a inatividade física: TV, vídeo games, computadores. “Além disso, a Educação Física carece de sentido para esta população. Os jovens têm que descobrir, sentir e reconhecer os benefícios da prática de atividade física em sua vida agora, hoje, e não no futuro, como a maioria dos profissionais incentiva”, alerta o pesquisador José Fernandes.

Dados da OMS

A Organização Mundial de Saúde apresenta dados de 2008 a respeito do assunto, mas não fala em sedentarismo, e sim em “atividade física insuficiente”. De acordo com a OMS, mundialmente, 31% dos adultos com 15 anos ou mais não são suficientemente ativos (homens 28% e mulheres 34%). Aproximadamente 3,2 milhões de mortes todo ano são atribuídas à atividade física insuficiente e o sedentarismo é o quarto maior fator de risco de mortalidade global, responsável por pelo menos 21% dos casos de tumores malignos na mama e no cólon, assim como por 27% dos registros de diabetes e 30% das queixas de doenças cardíacas.

As Américas formam uma das regiões mais sedentárias do mundo, em que quase 50% das mulheres e 40% dos homens são insuficientemente ativos. A OMS acredita que, em parte, os níveis atuais de inatividade física são o resultado de uma participação insuficiente em atividades físicas durante o lazer e do crescimento do comportamento sedentário durante atividades ocupacionais e domésticas, além do aumento no uso de modais de transporte “passivos”. O crescimento da urbanização em nível global também resultou em vários fatores ambientais que podem desencorajar as atividades físicas, tais como: violência, tráfego de automóveis intenso, baixa qualidade do ar e poluição, falta de parques, calçadas e aparelhos esportivos e/ou de recreação.

A prática regular de atividade física combate o câncer

PARIS, França, 18 Jul 2012 (AFP) - Atividades físicas adequadas permitem reduzir em 50% o risco de retorno do câncer de mama, colo e próstata, segundo o oncologista Thierry Bouillet.

Fundador da CAMI (câncer, artes marciais e informação), a rede nacional francesa que utiliza os esportes no combate ao câncer, o doutor Bouillet insiste em sua mensagem: "os estudos mostram que há benefício, qualquer que seja o prognóstico".

O doutor Bouillet cita os três tipos de câncer mais sensíveis à atividade física - mama (como evidenciam 8 estudos), colo (3 estudos) e próstata (2 estudos) - mas destaca que o exercício precisa ser suficientemente intenso.

"A insulina, os estrógenos e a leptina, que são fatores de crescimento do câncer, só baixam a partir de um certo nível de intensidade", que não é o mesmo para os três tipos de câncer, disse Bouillet.

Para o câncer de mama, o limite equivale a cerca de três horas de caminhada rápida por semana, mas para colo e próstata "é o dobro".

Outra questão é que os resultados só surgem entre 6 a 12 meses após o início da atividade física.

É claro que propor um programa a pacientes esgotados pelo câncer não é uma tarefa fácil. "Tivemos que buscar motivações, estruturas para dar aos pacientes o desejo de praticar um esporte", diz o doutor Bouillet, autor do livro "Esporte e Câncer".

Bouillet iniciou o CAMI em 2000, com a ajuda de Jean-Marc Descotes, ex-atleta de alto nível, para tratar da fadiga dos pacientes.

Ao prescrever atividades físicas cada vez mais variadas (dança, patinação, circo) sob a supervisão de monitores capacitados, o CAMI superou todas as expectativas. "Pedimos aos pacientes que fizessem alguns anos, mas a maioria continuou" praticando esporte.

Os pacientes pagam entre 20 e 120 euros por ano ao CAMI, que também é financiado por doações e subvenções públicas e privadas.

O CAMI defende agora a criação do primeiro curso de graduação "Esporte e câncer", na Universidade Paris 13, "já que precisamos educar os médicos, que seguem muito reativos a prescrever o esporte", diz o doutor Bouillet.

"Se apenas 30% dos pacientes com câncer praticassem um esporte, a assistência social conseguiria poupar 600 milhões de euros, apenas com medicamentos, sem contar as licenças médicas".

Fonte: O Povo

Exercícios ajudam a aliviar as dores lombares de grávidas

A gravidez é um período de inúmeras mudanças físicas no organismo da mulher. Mesmo com os ajustes que o corpo faz, as dores lombares são uma realidade para a maioria das gestantes. De acordo com Luciana Flor Cardoso [CREF 005112-G/SP], responsável pelo Programa Gestante da Cia Athletica Anália Franco, em São Paulo, e personal trainer de gestantes, praticar atividades físicas ajuda a aliviar as dores nas costas e a manter a futura mãe saudável.

A gestante que gostaria de iniciar uma atividade física deve conversar com seu obstetra e pedir uma liberação para dar início às aulas. As academias só autorizam a matrícula de mulheres grávidas mediante a apresentação do atestado do médico.

Segundo Luciana, a academia monta o plano de exercícios de acordo com o estilo de vida que a mulher levava antes de engravidar. "Se já for uma mulher ativa, que fazia musculação e praticava exercícios, nós vamos limitar a intensidade das atividades, mas ela pode dar continuidade", afirma. "Além de diminuir o ritmo, vamos limitar a frequência semanal e faremos um rigoroso controle cardiovascular. E as atividades de impacto serão evitadas", conta Luciana.

É indicado que a gestante faça atividades que enrijeçam os principais músculos que serão muito utilizados durante a gravidez, como a musculatura dorsal e a região das pernas. De acordo com Luciana, o estímulo na musculatura dorsal é fundamental para o alívio dos desconfortos de coluna que o período pode proporcionar.

Caso a mulher não esteja habituada a praticar atividades físicas, o programa é o mesmo, mas em menor intensidade. Segundo a profissional, os médicos, na maioria das vezes só liberam atividades físicas após o terceiro mês da gestação. O primeiro trimestre é considerado de risco, por isso os cuidados são maiores no período.

Além de estimular a musculatura, o segundo pilar do programa para as futuras mães deve ser exercitar a parte cardiovascular, com caminhadas, uso da esteira e bicicleta. O alongamento é essencial para fechar o ciclo. É com ele que a gestante vai exercitar sua flexibilidade.

Para Luciana, a futura mãe deve estender o hábito de se exercitar ao longo da vida. "Praticar atividades físicas é sinônimo de bem-estar e saúde. A estética é consequência."
 
Fonte: Terra

Atletas de fim de semana estão expostos a riscos cardíacos e lesões

Com certeza você conhece algum atleta de fim de semana. Aquele que tira apenas um ou dois dias para fazer exercícios pela semana inteira, ou para praticar alguma modalidade esportiva. Para especialistas, realizar uma atividade só no fim de semana é melhor que não fazer nada, mas é preciso saber respeitar os próprios limites.

O professor e doutor em Educação Física Raul Santo Oliveira [CREF 001984-G/SP], do Centro de Medicina e Atividade Física e do Esporte da Unifesp (Cemafe), afirma que o perigo está na intensidade. Como exemplo, Oliveira cita a atitude de muitos homens que, quando chega o sábado, querem jogar futebol como se fossem o Neymar. “Quem age assim está correndo riscos de sofrer lesões ou até problemas cardiovasculares”, alerta Oliveira.

O primeiro cuidado começa antes da atividade. Aquecimento e alongamento são fundamentais, por isso, Oliveira recomenda que sejam destinados 15 minutos para isso. “Para elevar a temperatura, a pessoa pode fazer caminhada ou trote. Se a atividade for na piscina, entrar e sair da água repetidas vezes também ajuda”.

Oliveira reforça que o corpo todo deve ser alongado, mas sem forçar. “No alongamento a pessoa não pode sentir dor. Se você não consegue encostar as mãos no chão sem dobrar os joelhos, não tem problema, vá até o seu limite”.

O ortopedista George Bitar aponta a falta de preparo e técnica dos atletas de fim de semana como os principais motivos para as frequentes lesões. “As lesões musculares são as mais frequentes porque, geralmente, as articulações e músculos não estão fortalecidos para um grande impacto. No futebol, por exemplo, tem gente que quer chutar com mais força do que tem”.

Para quem joga futebol as lesões mais verificadas são fratura ou luxação dos dedos, distensão do tornozelo, distensão muscular na coxa e rompimento do ligamento do joelho. “ A maioria desses problemas acontece na praia. As pessoas acham que podem jogar descalças. A areia dura funciona como uma quadra normal. O correto seria jogar comum tênis ou chuteira especial”.

O especialista ainda alerta que a teimosia pode intensificar a lesão.“ Na empolgação do jogo, as pessoas não respeitam o próprio limite. O sinal de alerta do corpo muitas vezes é ignorado. Quando sentir dor, é preciso parar imediatamente a atividade”.

O frescobol é outra modalidade que, por atrair um público formado em sua maioria por jogadores com mais de 45 anos, faz muitas vítimas. “Essa faixa etária é mais vulnerável a lesões, principalmente no ombro e cotovelos”.

E não pense que procurar um massagista ajuda. Mexer no que está quieto pode piorar a situação. Bittar explica que algumas lesões necessitam de repouso e, quando são forçadas, podem progredir para um grau mais grave. Outro erro é tomar analgésicos. O remédio irá mascarar os sintomas e,sem sentir dor, a pessoa continuará forçando o membro lesionado. O ortopedista diz que o ideal é colocar gelo no local onde está doendo e se a dor persistir, procurar um profissional.

Churrasco, cerveja e futebol, combinação que pode causar problemas

Depois de comer carne com gordura, os jogadores entram em campo. Essa cena pode ser observada em um clube que aluga quadras para futebol society, no Canal 7, em Santos.

Manoel Messias de Oliveira, é um atleta de fim de semana. Antes de "bater uma bolinha" com os amigos, a parada obrigatória e na churrasqueira ao lado da quadra. "Eu nunca passei mal. É importante jogar bem alimentado", brinca.

Mas a nutricionista e especialista em Fisiologia do Exercício Lívia Hasegawa diz que há um grande risco desta história não acabar bem. Isso porque, de acordo com ela, a gordura e a carne vermelha são difíceis de digerir.

“Quando comemos alimentos que precisam de mais tempo para serem digeridos, o sangue fica mais concentrado no estômago para facilitar o processo. No caso de quem está praticando exercícios, o sangue estará mais concentrado no músculo e a digestão será mais lenta”.

Outro ponto é que o corpo eliminará mais carboidrato durante a atividade física. “Por isso,antes de treinar é importante comer carboidratos. Gordura, nem pensar. Ela pode acarretar vômitos e até desmaios”.

Morte súbita é um risco

Já ocorreram vários casos em que jogadores de futebol profissionais caem desacordados em campo por problemas cardiovasculares. Se isso pode acontecer a um atleta preparado, imagina com quem não está acostumado?

O cardiologista Sérgio Timerman, diretor do laboratório de treinamento e simulação em emergência cardiovascular do Instituto do Coração (Incor), alerta que é muito importante que o atleta de fim de semana passe por uma avaliação clínica.

“Um eletrocardiograma pode diagnosticar alguma complicação”.

Ele já atendeu a diversos casos em que o paciente realizava atividades físicas quando passou mal. “Se a pessoa não recebe o primeiro atendimento no local,é muito provável que não chegue viva ao hospital.”

Qualquer um pode ajudar. Primeiro é preciso verificar se a pessoa está consciente ou respirando. Quando não está,é preciso chamar o serviço de emergência e iniciar a massagem cardíaca. “É necessário fazer, no mínimo, 100 compressões por minuto”.

Timerman explica que o atleta de fim de semana corre risco pela falta de preparo físico. “É importante praticar exercícios, mas não com muita intensidade. Pode ocorrer parada cardíaca e até morte súbita. Principalmente em quem já tem histórico na família, pressão alta, diabetes, entre outros problemas cardiovasculares”.

Fonte: A Tribuna